10 Considerações sobre Dead Island, de Mark Morris ou porque zumbis são terríveis

O Blog Listas Literárias leu a adaptação para romance do game Dead Island. Neste post as 10 considerações sobre Dead Island, de Mark Morris publicado pela Galera Record, confira:

1 - Dead Island é o que imagino ser desejo do grande número de fãs da franquia do game: muita ação, zumbis, muitos zumbis, uma selva tropical e paradisíaca banhada por muito sangue e excrementos humanos. Portanto, na obra puxe o gatilho antes, depois converse;

2 - No romance, um grupo selecionado, cujos perfis se encontram, vai parar na ilha de Banoi em meio a um surto provocado por um vírus, cuja infecção cria uma verdadeira horda de zumbis famintos. Esse grupo, em meio a segredos que mesclam ficção científica e rituais aborígenes, é que promove toda a ação da obra, e com alguns intervalos para conversas;

3 - Faz-se necessário dizer que desconheço o game, portanto toda análise aqui é desta adaptação para o formato romance, que por um lado pode agradar quem procure tão somente a ação e a catarse provocada pelos tiros contra os mortos-vivos; por outro, a trama não traz grandes novidades para o gênero, e numa amarração frágil, é o extermínio dos zumbis que segura toda a obra;

4 - Além disso, a primeira parte do livro se dedica em demasia a descrever as criaturas que vão surgindo na frente das personagens, o que até pode funcionar pela criatividade em se encontrar tantas formas para descrever tais criaturas, mas por outro, perde oportunidade de aprofundar-se noutras questões;

5 - Acredito, que no livro, o que não tenha funcionado é justamente a fragilidade das personagens protagonistas, que além de encarnarem a decadência já bem clichê, são todos muitos semelhantes e sem maiores complexidades. Somando-se a isso, as questões com as quais eles acabam se deparando no livro são as já conhecidas por fãs do gênero e que foram abordadas com maior profundidade em The Walking Dead ou Guerra Mundial Z, por exemplo;

6 - Obviamente, tais questões que apresentei nos itens anteriores, estão diretamente ligadas a expectativa ou as pretensões dos leitores de Dead Island, e se o caso for de apenas aproveitar bons momentos contra o stress através de uma leitura impregnada de leitura, nisso o livro cumpre bem seu papel;

7 - Um ponto interessante que merece ser dito, é que o livro consegue manter certa independência do jogo, visto que não se percebe alguns vícios que às vezes ocorrem neste tipo de adaptação que é o de se ter personagens meio títeres de um console. Neste livro, a adaptação não limita as personagens, forçando-os a se comportar como um avatar dentro de um jogo;

8 - Agora, provavelmente que é fã do game, certamente poderá gostar bastante da adaptação, visto que o livro consegue reproduzir o cenário tenebroso e mortal do jogo, com bastante fidelidade e cenas cuja violência escatológica é de fato para os fortes;

9 - Ou seja, este é um livro para fãs do apocalipse zumbi que não querem muitas explicações ou discussões sobre o assunto porque sabem que quando se tem uma horda de mortos-vivos no seu encalço é apenas a ação que pode te mantar a salvo;

10 - Enfim, Dead Island é uma adaptação cuja recepção do leitor dependerá de suas expectativas quanto a leitura, mas que no conjunto, garante algumas horas de tiros na cabeça, zumbis animais se alimentando de carne, um grupo improvável lutando pela sobrevivência, tudo isso num cenário que leva o inferno ao paraíso.



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