7 Razões porque "escritores avestruzes" estão fadados ao fracasso...

Durante a semana uma entrevista do autor Raphael Draccon gerou uma série de polêmicas, gerando um amplo intenso debate na rede. Vocês podem encontrar a matéria aqui, e a posição do autor neste link. Independente do que já foi dito, o Listas Literárias entra no debate concordando em parte com alguns posicionamentos do autor/editor, especialmente sobre a sua visão do que chamo "escritores avestruzes" que se enfurnam num buraco com sua literatura, e ali ficam. Neste post algumas considerações sobre os motivos que podem levar este tipo de autor ao fracasso:

1 - O Mundo mudou: Certamente uma definição dessas pode soar clichê ou simplista, mas acreditem há quem negue esta mudança. Mas o mundo não é mais o mesmo, onde a informação flui com agilidade, em que quase todas as ideias não são assim tão originais, já que a facilidade de se expressar permite que milhões de conceitos se espalhem rapidamente, e a ideia diferente de hoje pode ser ultrapassada amanhã. Mesmo assim alguns autores reclusos do passados tiveram reconhecimento depois da morte. Mas a lição que importa de fato aqui é que na natureza o que perpetua as espécies é sua capacidade de adaptação, ou seja que não consegue se adaptar, se torna fraco!

2 - Ninguém procura no "buraco": Digamos que você seja um autor "avestruz" e que esteja dentro do seu buraco esteja construindo algo munto mais sensacional que Tolkien ou Martin? Grandes merdas, (desculpem a palavra, mas ela embora forte é bem adequada), pois se você e sua obra não saírem do buraco jamais serão encontradas. Os editores não vão aos buracos. Aliás, eles nem tem tempo para isso, afinal a concorrência é tão grande que muitos outros escritores, talvez não tão bom quanto você, estão correndo atrás e chegando até eles (os editores);

3 - O mundo não é justo, e você não é o melhor escritor do mundo: Como blogueiro acabo tendo contato com muitos autores, como escritor sempre que dá pra conciliar as atividades que pagam as minhas contas com a participação em alguma coisa que possa divulgar meu livro, lá estou eu. No entanto pasmem que já ouvi de muito autor iniciante achando uma pouca vergonha ter de divulgar seu trabalho, e Deus o livre investir em sua própria carreira. Alguns (e olha, gente que assim como eu luta para ultrapassar as primeiras centenas de livros vendidos) sentem como se sua escrita estivesse acima do bem e do mal, e por isso, isto basta. Estão errados. Além do mundo não ser justo, ninguém pode deter o título de melhor do mundo, nem mesmo aqueles que o são;

4 - Quem não é visto, não é lembrado: Esse ditado é velho, mas muitas vezes esquecido. Vivemos no mundo que tem gente que se bobear não consegue discorrer o alfabeto, mas aí faz um vídeo com um funk qualquer, vira hit, e ganha muita grana, só porque é lembrado. Ainda assim muitos autores desaparecem. E não estou dizendo aqui que tenha de estar em todo evento literário, mas muitos até mesmo de sua vivência virtual somem, se esquecendo que mesmo nas redes ele como autor possa estar alcançando pessoas importantes, editores, leitores, críticos...

5 - O leitor não encontra você. Você encontra o leitor: Talvez este seja o ponto crucial que possa levar "escritores avestruzes" ao fracasso, pois assim como os editores, os leitores também possuem uma gama vasta de ofertas, e se você não se esforçar para chegar até ele, com certeza ele não conseguirá chegar até você;

6 - Reclusão gera reclusão: Pense bem, quanto mais o autor se retrair, mais distante de tudo ele e sua literatura estarão. O que dá vida a uma obra é o que se fala e se compreende dela, é o quanto independente de seu gosto ela consegue alcançar. Assim reclusão irá gerar apenas reclusão!

7 - Seu leitor, é seu melhor garoto propaganda: Assim como em outras artes como a música e a televisão, o público gosta de interagir com aquele de qual arte curte. Mesmo eu, um autor ainda bastante desconhecido, muitas vezes fico feliz trocar opiniões com os leitores de meus livros. O leitor gosta de apontar seus sentimentos sobre sua escrita, seja para elogios, ou para indicar caminhos diferentes. E quando o autor se dispõe a este contato, pode ter certeza de ter em seu leitor o melhor garoto propaganda para sua literatura;

6 Comentários

  1. O artigo traz uma reflexão interessante sobre as mudanças do mundo da leitura. Temos que dançar conforme a música, sim!

    Abração do Pedra


    www.pedradosertao.blogspot.com.br

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  2. Achei interessante, hehe. E sabe que eu vivi um pouco isso? Teve um tempo que eu tinha vergonha de falar dos meus livros e nesse tempo, tudo era muito mais difícil! Hoje em dia que eu estou dando a minha cara a tapa e divulgando - sem vergonha na cara - a minha história e as coisas estão muito mais fáceis!
    Beijos,
    Duda Kiame

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  3. Gostei bastante da postagem, especialmente porque concordo com esse ponto de vista. Com a quantidade de títulos publicados hoje em dia, é difícil um leitor chagar até determinado autor. Por isso, especialmente para quem está começando, é importante correr atrás do público e manter contato com os leitores. Poucas coisas são tão frustrantes quanto entrar em contato com um autor para falar sobre seu trabalho e ser ignorado... Enfim, os tópicos que você levantou geram uma boa discussão sobre o mercado da literatura atual.
    Abraços,
    Nicole,
    http://www.meigaemalefica.blogspot.com
    http://www.randomcast.com.br

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  4. 7 Desculpas porque "escritores que preferem escrever" estão fadados ao fracasso. Esse deveria ser o título da lista.

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  5. Essa lista é fruto de uma visão puramente comercial. Tudo aí é sobre "como vender bem", e não sobre "como escrever algo que valha a pena ser lido". Só podia mesmo ser inspirada por uma entrevista de um MEDÍOCRE como esse Raphael Draccon, um sujeito que produz algo descartável, facilmente substituível... Já que ele gosta de categorizar os escritores, uma boa classificação pra ele é a de "escritor pseudocelebridade", além de delirante... A entrevista do cara é uma piada! Se o que importa é possuir um público, então os funkeiros cariocas não são qualquer coisa, não é?

    PALHAÇO! Muito me admira que ele seja alfabetizado...

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